segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Carta de desligamento do projeto Fanzine Catraca: Pede passagem!



Carta de desligamento do projeto Fanzine Catraca: Pede passagem.



Eu, Marcelo da Cruz Santos, portador do RG: **.***.***-*, devidamente identificado, venho por meio desta informar o meu desligamento do grupo Passagem para o conhecimento, cujo projeto subsidiado pelo programa VAI esse ano é o fanzine Catraca: Pede passagem.



O motivo pelo qual eu tomei essa decisão vem de longa data. Conforme conversamos na primeira prestação de contas, tivemos muitos problemas com a confecção e distribuição dos fanzines, primeiro por falta de planejamento por parte da divulgação [Cássio e Eduardo], falha minha em cobrar mais empenho dos mesmos na realização das tarefas. Contudo, a primeira tiragem do fanzine nós conseguimos [a muito custo e esforço] imprimir 90%, pois ainda não imprimimos mais ou menos umas 500 cópias. Tivemos problemas com a impressora que ficou muito tempo na manutenção, pois a mesma não agüentou o fluxo de trabalho grande a que foi submetida [embora na hora da compra, deixamos CLARO para a vendedora da forma como usaríamos a mesma]. Mas esses problemas, como eu mesmo disse na ocasião da prestação, estavam sendo resolvidos e de fato estavam. O motivo do meu desligamento do projeto não é esse, e sim outro bem mais grave a meu ver.


Inicialmente me deixe explicar uma pequena situação:


O projeto do fanzine é MEU! E só meu! Pra começo de conversa, afinal fui eu o idealizador, fui eu quem o escrevi, fui eu quem passou noites acordado fazendo planejamentos e planos, fui eu que sonhei que esse projeto poderia dar certo. Esse grupo [atual] foi criado excepcionalmente por conta deste edital, embora os membros do grupo mais antigos ainda participem [prova é a colaboração deles nas edições do fanzine]. Você deve estar se perguntando, ora, se foi ele quem fez tudo, porque colocou outra pessoa como proponente? O motivo é que sou funcionário da pasta da educação municipal e de acordo com o edital, através do regimento dos funcionários públicos do município de São Paulo, eu não poderia participar de uma seleção de subsídio da prefeitura como proponente de projeto [como se um funcionário público não quisesse transformar a realidade onde vive através de um projeto! Isso é um retrocesso!!!!]. Como o Cássio, que é o atual proponente do projeto, tinha participado de uma formação em fanzines em 2007, na época em que fazíamos o Programa Jovens Urbanos [de onde originalmente saiu o projeto], achei que ele seria uma boa escolha para ser o proponente do projeto. Chamei também meu primo, o Eduardo, que sempre se mostrara uma pessoa interessada em fazer algum trabalho alternativo para a comunidade, além do Felipe e da Vanderlânia, que também se mostraram interessados em colaborar, embora de forma indireta no Catraca. Na verdade, não poderia ter feito erro maior na vida. O Cássio durante o projeto se demonstrou na prática um verdadeiro MERCENÁRIO, assim como o Eduardo. E digo mercenário na real concepção da palavra, pois os mesmos apenas faziam as suas obrigações [as mesmas que ELES PRÓPRIOS se compromissaram a fazer] quando eram extremamente pressionados por mim, ou quando estávamos perto do dia 15 [o dia do pagamento da bolsa auxílio]. Eles entraram no projeto como DIVULGADORES E DISTRIBUIDORES, ou seja, eles deveriam fazer o serviço de divulgação, captação de matérias e contatos para o Catraca, além de distribuir as cópias quando as mesmas fossem impressas e ficassem prontas. Em NENHUM momento da duração do projeto qualquer um dos dois o fez por vontade própria, pelo contrário, praticamente todas as vezes que saíamos para divulgar o projeto eu tive que praticamente obrigá-los a ir. De acordo com o planejamento inicial, eles deveriam durante DUAS HORAS TRÊS DIAS POR SEMANA fazer a divulgação e captação de contatos para o fanzine em escolas, ONGs, espaços públicos, bibliotecas entre outros. Eles NÃO fizeram NENHUMA divulgação desta até agora. Mesmo as que eu marquei eles não foram, sendo as únicas que eles compareceram foi por iniciativa minha, a conferência nacional livre: Juventude e comunicação e a conferência livre nacional de comunicação, ambas realizadas em São Paulo. Esses dois eventos eu marquei para irmos, eu fiz os contatos, as inscrições e praticamente toda a divulgação do projeto no dia.


Além disso, outras coisas mais me fizeram tomar essa decisão. Como o fato de eu ter que fazer todos os trabalhos do fanzine, inclusive controlar as manias de gastar o dinheiro com coisas não previstas no projeto e controlar a ansiedade em receber a bolsa auxílio, como no caso deste mês específico, em que o Eduardo me pediu o adiantamento da bolsa do mês de outubro CINCO DIAS DEPOIS DE PAGAR A DE SETEMBRO! O fato de durante mais de um mês eu ficar absolutamente sozinho na captação de matérias, na divulgação, nos contatos, falando com os colaboradores, planejando, diagramando e executando as tarefas técnicas do fanzine, como ilustrações, capas, pesquisa de pauta e afins. Isso tudo aliado ainda ao cuidado exclusivo em relação à prestação de contas, sendo que os mesmos não me entregavam quase nenhum dos comprovantes de recargas de bilhete único e combustível que utilizaram, sendo preciso eu chegar a brigar para que me entregassem, além de notas de toner que não me foram entregues também, provocando um grande prejuízo na organização dos arquivos para a prestação de contas.


Outro motivo também é o contato com o próprio programa. Falei com eles para que verificassem o e-mail diariamente para ver se tem alguma mensagem do programa sobre algum evento, sobre alguma orientação e nada, eles não o fizeram, sendo que a totalidade dos e-mails que são enviados pelo projeto foi de minha autoria e TODAS as respostas do programa foram dadas por mim, porque não há nenhum interesse por parte dos dois em participar ativamente de nada do fanzine, a não ser os passeios de carro e o dia do pagamento da bolsa auxílio. Insisti diversas vezes para que eles tomassem conhecimento de sua atitude e melhorassem em relação ao projeto [que classifiquei sempre como NOSSO!], que era nossa responsabilidade com o dinheiro e o apoio que estávamos recebendo, que não era de graça, que tínhamos uma responsabilidade social para com as pessoas que confiaram na nossa palavra, que enviaram suas idéias, seus textos, suas poesias, na esperança de as verem publicadas e distribuídas e todos os outros motivos que poderia ter usado, sem nenhum sucesso a não ser perto do dia do pagamento da bolsa auxílio, além da grande quantidade de dinheiro público que estávamos recebendo para manter o projeto. Chegamos ao absurdo de os dois ficarem praticamente um mês sem nem tocar no assunto do fanzine [e eu tentando entrar em contato diariamente por telefone, indo na casa deles, porém não os encontrando em nenhum dos casos], e depois de tudo isso, com eu praticamente me matando para tentar cumprir os prazos e deixar tudo pronto para quando a impressora chegasse da manutenção [novamente!] a gente pudesse imprimir e distribuir tudo rapidamente, os dois me chegam e perguntam sobre o pagamento da bolsa. Quando falei sobre o projeto, sobre a responsabilidade que eles tinham, simplesmente desconversaram e mudaram de assunto. Sinceramente nesta hora considerei a gota d’água. Simplesmente não posso mais continuar no projeto desse jeito. Não dá pra continuar a trabalhar sozinho em um projeto que conta com três pessoas QUE RECEBEM PARA FAZER. Não dá pra continuar em um projeto em que duas das três pessoas não estão interessadas em nada mais do que o dinheiro que recebem por causa da participação [inativa] no projeto. Não posso continuar tentando manter o projeto em pé depois de receber tanto golpe. Fiquei revoltado, me prejudiquei no trabalho por causa disso, minha saúde ficou debilitada, peguei pneumonia, fiquei três dias de licença médica, gastei mais de R$200 em medicamentos, perdi várias aulas do meu atual curso superior, tanto que terei que trancar a matrícula, já que praticamente reprovarei em várias matérias por faltas, me prejudiquei na minha pós-graduação de sábado também por várias faltas, além do desgaste físico e psicológico de ter que lidar com tanto problema de projeto, de trabalho, de saúde, de estudo sem ter as pessoas que se prontificaram a ajudar pelo menos no projeto, a causa inicial de tanto problema.


Podem dizer o que quiser... podem dizer que eles trabalham e se cansam [como provavelmente irão fazer no seu contato com eles], mas eu também trabalho, aliás, por causa da reposição das aulas do período de 03 a 15 de Agosto, estou trabalhando 12 horas por dia, faço dois cursos superiores, um em design gráfico [exclusivamente por causa do fanzine!] e uma pós graduação, além de dois cursos online. Ainda tenho que chegar a minha casa cansado, esgotado psicológica e fisicamente por causa do meu trabalho [o 2° mais estressante do PAÍS!] e do estudo e ainda ter que cuidar de um projeto sozinho, agüentando inclusive, o desaforo de os outros integrantes do grupo só quererem saber do dinheiro no meio do mês. Dormindo pouco e mal, preocupado com prestação de conta, cumprimento de prazos, elaboração de pautas, contatos, divulgação, captação de matérias, manutenção da impressora, pagamento da conta de luz [sim, porque a luz é gasta da minha casa, sem nenhum reembolso [parte por culpa minha, já que não coloquei esse item no planejamento!]], com as próximas matérias, com o atraso que enfrentávamos, com os problemas no trabalho e na vida pessoal, nos estudos e no resto da sua vida. Sinceramente a gota d’água até tardou para chegar, sinceramente.


Apesar de toda a revolta que tenho neste momento, eu estou muito triste por me ver obrigado a tomar esta atitude, afinal de contas, o projeto do fanzine é um sonho antigo, de infância mesmo. Sempre sonhei em fazer alguma coisa para que as pessoas lessem, gostassem e que passassem para outras pessoas, pois sempre fui um ávido leitor, porém solitário, e era uma coisa que me entristecia muito. Dói de verdade no meu peito abrir mão deste projeto, pois foi um projeto que deu muito certo no período de formação que fizemos em 2007, inclusive unindo um grupo muito bom que continua fazendo ações em outras áreas culturais até hoje. Fico muito entristecido em ter que abrir mão de um projeto que dei muito sangue para conseguir, mas vejo essa como a única saída, já que não posso tirar do Cássio o cargo de proponente, justamente por ser funcionário público do município. A minha maior tristeza é ver que meu projeto, que é fruto de tanto sonho e tanta luta vai acabar sendo jogado no lixo. Tudo por causa da irresponsabilidade alheia e da falta de interesse demonstrada em cumprir com as obrigações que eles mesmos se prontificaram a realizar.


No mais, estou à disposição para outros esclarecimentos.






Marcelo da Cruz Santos.




PS: Foto de fim de post:


Momentos mais felizes do projeto....

sem mais comentários.


quarta-feira, 16 de setembro de 2009

III SEMANA DO VÍDEO POPULAR

Gente, ótima dica cultural para Outubro.

A III Semana do Vídeo Popular é uma realização do Coletivo de Vídeo Popular, que desenvolve ações de fortalecimento dos grupos produtores-formadores-exibidores de Vídeo Popular que atuam em diferentes comunidades de São Paulo. Neste evento, serão exibidos 11 programas do Circuito de Vídeo Popular, além de programas especiais de vídeos latino-americanos, franceses e do acervo da ABVP - Associação Brasileira de Vídeo Popular. Haverá encontros e debates acerca das questões relativas ao audiovisual popular, o cotidiano das ações existentes, a mobilização dos envolvidos e indicativos das políticas públicas necessárias para esta área de atividade.

Dia 1/10 – quinta-feira

15h - Programa VII – Infantil - Vídeo Popular

Velho bola murcha Rodrigo Eba - Grafitti com Pipoca
Ani, 5', 2007 Um velho colecionador de bolas furadas resolve fazer amizade com duas crianças do bairro.

Sem terrinha em movimento
Roteiro e direção Coletivas – Setores de Educação, Cultura e Comunicação do MST
Doc, 17', 2009
O documentário Sem Terrinha em Movimento, lançado em Maio de 2009, foi construído coletivamente pelos Setores de Educação, Cultura e Comunicação do MST.

TudobolôDiogo NoventaDoc, 14', 2001
Documentário lúdico sobre a re-criação e re-leitura de brinquedos futuristas e milenares como escado-de-jacó, corrupio e jabolô, feitos pelo poeta Francisco Marques (Chico dos Bonecos).

Um amor salgadinhoDireção Coletiva - Oficinas Kinoforum
Ani, 4', 2004
Animação que utiliza predominantemente a técnica da colagem. O desespero e as súplicas de um salgadinho muito especial.

Sobre frutas e garotasDireção Coletiva - Oficinas Kinoforum
Ani, 5', 2004
Animação que utiliza predominantemente a técnica "pixilation". Frutas, uma jovem grávida e seu bebê se comunicam com a maior facilidade..

Nhanhonhama PaulistaDiego F.F SoaresExp, 3', 2007
A correria da grande São Paulo pede uma pausa para o chocolate,não? !

Acadêmicos do Morrinho Parte 1Direção Coletiva - TV Morrinho
Ani, 4', 2006
Minutos antes de entrar na avenida, o intérprete do samba da Acadêmicos do Morrinho, o MC Marquinho, entra em crise e pede conselhos ao mestre Renato, colocando em risco o desfile.

Acadêmicos do Morrinho Parte 2Direção Coletiva - TV Morrinho
Ani, 4', 2006
Acadêmicos do Morrinho entra na avenida e encanta o público. Será que a escola vai ganhar o estandarte?


17h – Programa V – Política e Sociedade – Vídeo Popular

O Preço da luz é um roubo Direção Coletiva - Brigada Audiovisual da Via Campesina Doc, 9', 2008
O atual modelo energético que impõe altíssimas tarifas a ser pagas pela população, expulsa trabalhadores de suas comunidade e agride o meio ambiente é o tema desta produção.

Marcha dos 5000 Direção Coletiva – MTST
Doc, 9', 2007 Em 2006 o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto tinha ocupado uma terra por mais de dez anos vazia no Capão Redondo.

A Luta Continua Direção Coletiva - Movimento do Vídeo Popular - Goiânia - GO Doc, 10', 2008
Vídeo criado pela comunidade do Real Conquista , periferia de Goiânia, e conta a trajetória das famílias despejadas do Parque Oeste Industrial em 2005 até hoje.

Futebol a arte do RealDireção Coletiva - Movimento do Vídeo Popular – Goiânia - GO Doc, 10', 2008
“Futebol, a arte do Real" é mais um dos filmes realizados durante a oficina de imagem popular no setor do "Real Conquista" periferia de Goiânia.

Um fechar de olhos
Gilberto Caetano e Arnaldo Malta - Núcleo de Cinema e Vídeo Com-Olhar
Dra, 11', 2003
Uma mulher ao entrar em um ônibus urbanos impede que um coletor de lixo sente se ao seu lado aflorando as diferenças sociais entre os passageiros.


18h30 - Programa X – Vídeo Popular

Sinfonia das Ondas
Turma Cinema Básico 2009/01 - Cinema Nosso/RJ
Fic, 7', 2009
Escritora de sucesso tem a vida abalada por uma fã.

Às margens Direção Coletiva Doc, 13', 2008
Documentário poético sobre pessoas que habitam regiões de várzea e margens dos rios, na periferia de Osasco.
Freestyle: um estilo de vida...
Pedro Gomes - DAP audiovisualDoc, 15', 2008A rima de improviso, o verso feito na hora, um momento transformado em música. Os artistas traçam um panorama do que é o freestyle na cultura hip-hop.

Crescemos Somente na Ousadia!
Direção Coletiva - Co-produção do Coletivo de Comunicação da Marcha Estadual Maria Cícera Neves do MST-SP e do sítio Passa Palavra
Doc, 24', 2009
O vídeo "Crescemos somente na ousadia!" foi feito em homenagem aos 25 anos do MST.


20h - Programa IV - Comunicação Popular - Vídeo Popular

Difusão Comunitária Heliópolis Direção Coletiva - Coletivo Nossa Tela Doc, 12', 2008
A história da rádio Heliópolis, na zona sul de São Paulo e toda sua luta até conquistar seu direito de transmissão enquanto uma rádio comunitária.

Cinema de Quebrada Rose Satiko G. Hikiji - Lisa – Laboratório de Imagem e Som em Antropologia da USP Doc, 47 min, 2008
Jovens Moradores da periferia de São Paulo apresentam o cinema como meio de expressão e de reflexão.


Dia 2/10 – sexta-feira

15h - Programa III – Ficções - Vídeo Popular

Sobreviva Rodrigo Paschoalin - Oficina Básica de Criação Audiovisual e Cineclube Consciência – Jundiaí
Fic, 9', 2008 Hoje em dia em meio às cidades, dentro de ônibus, trens e carros ou até mesmo no escuro do nosso quarto procuramos alternativas e soluções para nossos problemas.

O Grande Vencedor Jucélio Santos - Cine FavelaFic, 15', 2009
A história de um menino que não suportando ver a violência sofrida por sua mãe, foge, deparando e vivenciando com outras realidades.

Pai nosso dos cineastas Henrique Bouduard
Fic, 5', 2007Mensagem de luz e esperança para todos aqueles que produzem a sétima arte.

Desencontros Direção coletiva - FabicineFic, 4', 2007
Em uma noite agitada da Vila Penteado, Zona Norte de São Paulo, dois jovens combinam de se encontrar numa das avenidas principais do bairro, após viverem anos distantes um do outro.

Katmandu – Por dentro do cotidianoCarlosCarlos – CNSA
Fic, 14', 2007CarlosCarlos e Zé Calanga adentram o cotidiano de uma das principais capitais brasileiras.

A Viagem Rômulo dos Santos Paulino
Fic, 12', 2006 Rodrigo é um rapaz de periferia que quer fazer uma viagem com os amigos. Na impossibilidade dos pais o ajudarem, ele encontra outra forma de conseguir o dinheiro.

69
Thais Scabio - Cavalo Marinho Audiovisual LTDA
Fic, 17', 2007
Após comemorar seu aniversário com a família Dona Ana começa a refletir sobre sua vida na terceira idade e resolve mudá-la completamente após ver um programa na Televisão.


17h - Programa I – São Paulo em Cena - Vídeo Popular

Narrativas da SéDiogo Noventa - Companhia Estudo de Cena Exp, 20', 2008
Exercício videográfico em oito cenas realizadas a partir da observação de situações vividas na Praça da Sé em São Paulo.

Em Busca do Gozo Perdido Alex Mountfort e Fernando Rodrigues Frias - Oficinas Culturais Oswald de Andrade Doc, 15', 2007
O cenário pornográfico do Centro Velho de São Paulo e seus personagens, sob o ponto de vista urbanístico e sociocultural.

PariDireção Coletiva - Coletivo Nossa Tela
Doc, 13', 2008A história do bairro do Pari (região central de São Paulo) e de diversos personagens que constituem esse ambiente onde está presente a exploração do trabalho de imigrantes na indústria têxtil.

Na Real do Real Direção Coletiva - Favela Atitude Doc, 10', 2008
11 de dezembro de 2007. A Prefeitura de São Paulo coordena uma violenta ação de despejo contra os moradores da Favela Real Parque.


19h - Programa Francês - Coletivo Kourtrajmé – Internacional

365 Jours a Clichy Montfermeil
doc, 25'
Projet 28 Milimetres
doc, 15'
Justice
videoclip, 5 '
Go Tast
fic, 22 '

** Após a sessão, haverá um debate.


Dia 3/10 – sábado

14h30
Encontro de integrantes do Coletivo de Vídeo Popular, Feira do Rolo e Lançamento da revista - Sala Azul


15h – Programa VIII – Experimental - Vídeo Popular

A Carne Fernando S. Soares e Rosi – NCA
Exp, 8', 2007Uma mãe não se conforma com a morte de seu filho.

Merreis Filipe Freitas e Leandro HBL Doc, 17', 2003
Grupos de amigos viajam ao Rio de Janeiro, chegando lá eles se deparam com situações improváveis que lhes remetem ao mundo ficcional.

Pela Metade Ana Divino - Cinema de GuerrilhaFic, 5', 2007
Ronaldo tenta capturar um evento que se repete em sua vida.

Foi sonhar com ela Julio Fonte - Cinema de GuerrilhaFic, 5', 2006
O fim de uma relação casual leva uma pessoa a diversos tormentos. Sobre a Perda, sobre o tempo, sobre a morte.

Onomatomania Diego F.F Soares - NCA Exp, 3', 2006
O vídeo entra em conflito através de imagens, para questionar a eleição em São Paulo

Programa Bola e Arte – Morro de Santa Marta/RJ CarlosCarlos - CNSATV, 13', 2008
Programa Bola e Arte viaja ao Rio de Janeiro e bate um papo com Fiell, rapper e cineasta morador do Morro de Santa Marta, assim como com outros representantes da comunidade.

EU 44 Wilq Vicente e Carol MesquitaDoc, 5', 2009
Um não lugar, invadido por uma jovem em seu cotidiano. Afetada por algo ou quem sabe um fato, que a faz penetrar através de portas ao que lhe é desconhecido.

Tá me ouvi-vendo? Rogério Pixote - Cinebecos Exp, 4', 2009
Vídeo com eixo no texto Trabalhadores do Brasil, de Marcelino Freire em diálogo com os filmes Terra em Transe e Di-Glauber, de Glauber Rocha.


17h – Programa XI - Vídeo Popular

Postal da Lapa
Oficina de Documentário - Cinema Nosso/RJ
Doc, 6', 2009
Os arcos da Lapa são conhecidos desde a época dos boêmios, porém, será que todos sabem na verdade para que eles servem?

Eu, Você e o Santa Helena
Direção Coletiva - Cineclube Arco de Triunfo / Mundo em FocoDoc-fic, 8', 2009O trabalho pedido por uma "professora" nunca foi tão divertido, com ele duas alunas aprendem na ficção e na vida real um pouco mais sobre a história de seu bairro, o Santa Helena.
Amanhã Talvez Rogério Pixote - Arte na PeriferiaFic, 9’, 2009Manoel e sua vida, cotidiano. Bebida, tevê, bebida, Talvez amanhã, Manoel.

Vaguei os livros, me sujei com a merda toda...Akins Kinte, Mateus Subverso, Allan da Rosa - Edições ToróDoc, 27', 2007
O vídeo aborda a presença apodrecida e patética, ou a ausência estratégica de personagens e autores negros.

Mundo Escola
Maísa Paes de Almeida - Danilo Françóia e Maísa Paes de AlmeidaDoc, 22', 2008
O cinema como instrumento pedagógico.


19h - Programa Latino II

Now!
Santiago Alvarez
Exp, 5', Cuba,1965
Montagem de reportagens e fotos sobre a luta dos negros norte-americanos contra a discriminação racial.

Swift
Cine de la Base
Doc, 13', Argentina, 1971
Informe clandestino do Exército Revolucionário del Pueblo(ERP), sobre o sequestro de Stanley Silvester, cônsul britânico e gerente do frigorífico Swift.

Materiales 2TV
Canal 2TV
TV, 5', Uruguai, 2006
Vinhetas da programação da televisão comunitária Canal 2TV, de Villa Colón, periferia de Montevidéu.

1er Congreso de Comunicación hacia el Socialismo - Cayapa
Vive TV
TV, 10', Venezuela, 2008
Vídeos produzidos durante o 1º Congreso de Comunicación hacia el Socialismo, transmitidos na televisão comunitária Vive TV, Caracas.

Taller de Animación Experimental
Cátia TVe
Ani/TV, 5', Venezuela, 2008
Animações construídas em processo de oficinas pela Cátia TVe, televisão comunitária da periferia de Caracas.

Un minuto por mis derechos - 5 cortos
Kino
Exp, 5', Argentina, 2008
5 video-minutos sobre direitos humanos, produzidos em oficinas com jovens de 14 a 21 anos de diferentes cidades da Argentina.

Hasta la Victoria Siempre
Santiago Alvarez Doc, 19', Cuba, 1967
Exemplo do "Cinema Urgente" de Santiago Alvarez, este documentário foi produzido após poucos dias da morte de Che Guevara, para sua homenagem em Cuba.


20h - Programa VI – Estudo Cena: A República - Vídeo Popular

Estudo de cena: a RepúblicaDiogo Noventa - Companhia Estudo de Cena
Fic, 90', 2009 Parábola da formação da República democrática do país de Jericó. Adaptação do texto “18 Brumário de Luis Bonaparte” escrito por Karl Marx em 1852.


Dia 4/10 – domingo

14h30
Encontro de integrantes do Coletivo de Vídeo Popular e Feira do Rolo - Sala Azul


15h - Programa Latino I

Me matan si no trabajo y si trabajo me matan
Raymundo Gleyzer e Cine de la BaseDoc - 12' - Preto e Branco – Vídeo, Argentina, 1974
Documentário sobre a greve vitoriosa dos trabalhadores metalúrgicos da fábrica INSUD, em Buenos Aires, que protestaram contra as mortes por saturnismo, doença causada por intoxicação de chumbo no sangue.

Fuzil, metralha! O povo não se cala
Edwin Villca Gutiérrez e Rudy Menacho Monzón19' - Cor – Vídeo, Bolívia, 2004
Cobertura dos conflitos armados que ficaram conhecidos como a Guerra do Gás, entre fevereiro e outubro de 2003, em La Paz (Bolívia).

Morena
Mal de Ojo TVDoc - 17' – Cor – Vídeo, México, 2006
Em 2006, a Coordenadoria de Mulheres Oaxaqueñas decide se envolver na luta popular de Oaxaca (México), tomando a televisão local e devolvendo-a para o povo.


19h
Programa ABVP - Associação Brasileira do Vídeo Popular - Sala Azul

A Luta do Povo
Renato Tapajós - Movimento Popular de Saúde.
Doc, 30' 1980
Documentário registra os acontecimentos do movimento operário entre 1978 e 1980.
Invasores ou Excluídos?
César Mendes e Dulcidio Siqueira - Centro de Produção Cultural e Educativa da Universidade de Brasília.
Doc, 30' 1989.
Documentário conta a história das favelas de Brasília e da luta dos movimentos populares por melhores condições de moradia no Distrito Federal.
Olha! Isso pode dar bolo.
Alfredo Alves - Ibase Vídeo.
Fic, 25', 1991
Ficção sobre como a televisão, especialmente a propaganda, pode influenciar a vida cotidiana das pessoas. O vídeo mostra uma família de trabalhadores de baixa renda.

segunda-feira, 25 de maio de 2009

As histórias em quadrinhos como fonte de investigação e documentação histórica: Uma análise textual e visual da obra Mafalda, de Quino!

E já dizia o velho ditado:

”Uma imagem vale mais que mil palavras”

E é com o propósito de esmiuçar essa importância que a imagem tem para a comunicação e compreensão da sociedade e pelo ser humano em geral que analisarei as histórias em quadrinhos do ponto de vista histórico-cultural, tanto como promotoras de ideologias que cercam o imaginário popular, sejam elas utilizadas como fonte de pesquisa histórica ou como arquivo documental de sua época.

As histórias em quadrinhos tiveram a sua origem no início do século XX, quando, aliadas a busca de novas formas de se produzir e fazer comunicação ao conceito de Mass media[1] e a conseqüente modernização dos meios de produção de comunicação, tais como a tipologia, os materiais usados, ETC se incorporaram à sociedade de maneira definitiva e irreversível.

As histórias em quadrinhos possuem uma característica própria que lhes é muito peculiar e persiste até hoje, o uso de “balões”, que é onde os textos, ou seja, as falas dos personagens são inseridas. De acordo com JARCEM (2007):

“Entre os precursores estão o suíço Rudolph Töpffer, o alemão Wilhelm Bush, o francês Georges ("Christophe") Colomb, e o brasileiro Ângelo Agostini. Alguns consideram como a primeira história em quadrinhos a criação de Richard Fenton Outcalt, The Yellow Kid em 1896. Outcalt essencialmente sintetizou o que tinha sido feito antes dele e introduziu um novo elemento: o balão. Este é o local onde se põe as falas das personagens.”

Porém, esta característica não deve ser erroneamente levada a cabo sempre que nos depararmos com uma HQ[2], pois muitas vezes a HQ se utiliza muito mais da imagem do que dos textos para propor a compreensão da história, pois O conceito de história em quadrinhos é amplo e diversificado por possuir variadas formas de linguagem e interpretação à sua constituição. Em uma HQ, imagem e narrativa se unem formando um meio de comunicação singular, que traz diversas perspectivas de compreensão, dependendo do público que as lêem (Espaço e tempo na arquitetura e HQ, 2009).

Dessa forma, fica muito evidente que as HQ’s são muito mais do que uma mera junção de texto e imagem, é um meio singular e único, e carregado das influências do instrumental intelectual da época, pois segundo JARCEM Apud DUTRA (2007):

“As Histórias em Quadrinhos, como todas as formas de arte, fazem parte do contexto histórico e social que as cercam. Elas não surgem isoladas e isentas de influências. Na verdade, as ideologias e o momento político moldam, de maneira decisiva, até mesmo o mais descompromissado dos gibis (...)”.

É exatamente sobre esta característica que desenvolverei o meu trabalho, pois se nem mesmo o mais descompromissado dos gibis pode escapar das influências e do momento político em que está inserida, ela pode se tornar um ótimo referencial de pesquisa e documentação histórica de sua época, a exemplo da música, do teatro, do cinema e de outras manifestações artísticas.

Em um contexto sociocultural, a década de 1920, que é quando as HQ’s surgem, está em uma efervescência altíssima, com o advento da modernidade, com as fábricas e suas novas formas de produção (com o modelo Fordista de linhas de produção), a recém-saída de um conflito de proporções nunca antes vistas no mundo, o desenvolvimento de uma burguesia fortemente amparada pelo poder do capital e uma valorização ao conhecimento técnico. Já no campo cultural, há uma constante massificação dos meios de propagação de cultura, variantes e gêneros culturais surgindo como produtos saindo de fábricas e uma constante massificação dos meios já existentes, com o capital tomando de assalto a cultura, transformando-a em produto gerador de lucro. A cultura torna-se produto facilmente produzido e descartado em uma sociedade que vai perdendo a sua individualidade para se concentrar em um modelo “médio” e homogêneo. A cultura perde o seu status de questionadora da realidade e objeto de fruição e passa a ser mais um produto a ser consumido, mais uma idéia que o capital apropriou para a manutenção de seu domínio e propagação de sua ideologia.

O uso de instrumentos culturais para influenciar o instrumental intelectual da época desenvolveu-se bastante no início do século XX, com o advento do rádio, a popularização dos jornais e o surgimento das HQ’s, pois com isso, poderia se facilmente incorporar conceitos, idéias, atitudes e outras formas de manipulação a uma cada vez maior sociedade, faminta de entretenimento e informação. É de fundamental importância que se leve em consideração tudo isso quando falamos de processos influenciatórios, pois segundo WOLF (1999):

“(...) a eficácia dos mass media só é susceptível de ser analisada no contexto social em que funcionam. Mais ainda do que do conteúdo que difundem, a sua influência depende das características do sistema social que os rodeia. Os efeitos provocados pelos meios de comunicação de massa «dependem das forças sociais que predominam num determinado período» (Lazarsfeld, 1940, 330). Por conseguinte, a teoria dos efeitos limitados deixa de salientar a relação causal directa entre propaganda de massas e manipulação da audiência para passar a insistir num processo indirecto de influência em que as dinâmicas sociais se intersectam com os processos comunicativos”.

É a partir desse período que a influência das HQ’s [e de outras formas de mass media] sobre o imaginário popular começa a tomar forma, principalmente nos períodos de Guerras, quando o “super herói”, com seus super poderes e honestidade, passa a se sacrificar para “defender a liberdade e a democracia”, ainda que estas duas sejam apenas uma visão de si própria que a sociedade construiu. Quando a partir de um “híbrido” marinho, fica evidente a preocupação com a destruição do meio ambiente e a necessidade de haver um “guardião” para protegê-la.

Contextualmente, o uso das HQ’s e outras manifestações artísticas e mesmo textos de outras disciplinas humanas ou exatas como fonte histórica só começou a ser aceito após o advento da “Nova história”, a partir de 1929, quando Lucien Febvre e Marc Bloch fundaram a Revista dos Annales (Annales d’histoire économique e sociale). Os dois autores eram radicalmente contra o modelo de historiografia proposto e aceito até então, em que dominavam o contexto político e econômico apenas, além do uso de fontes estritamente documentais e oficiais, além de um subjetivismo gritante. Propunham como alternativa um modelo de história-problema, em que as fontes deveriam ser buscadas e interpretadas a partir das hipóteses do próprio historiador. A partir desse movimento, chamado de “Nova história”, absolutamente toda a produção humana, sendo cultural, econômica, mental, artística, ETC passou a ser considerado como possível fonte histórica e natural contador da história de seu tempo. Mas somente em 1974, com a publicação de Jacques Le Goff e Pierre Nora de “Faire l’histoire”, um compêndio de autores preocupados com os novos objetos e problemas da nova história é que a diversidade de objetos de valor documental para a historiografia foi amplamente divulgada. No trabalho em questão poderiam ser encontrados trabalhos sobre o clima, o inconsciente, o mito, o cotidiano, as mentalidades, a língua: Lingüística e história, livro, jovens e crianças, saúde e doenças, opinião pública, cozinha, cinema, festa, Além de uma determinação interdisciplinar de suas perspectivas, com mapas metereológicos, processos químicos, documentos de ministérios da agricultura, relatos de incêndios, cartas sobre catástrofes climáticas do passado, diários, biografias, romances, estudos psicanalíticos, psicologia da arte, releitura dos clássicos greco-romanos, o discurso mítico, antropologia cultural, culto de santos, doutrinas religiosas, livros pornográficos e clandestinos, estatísticas de publicações diversas, ilustrações, caricaturas, jornais, manuais de bons hábitos, fotografias, literatura médica, receituários, dietas alimentares, documentos de ministérios da saúde sobre epidemias, escrituração de estabelecimentos voltados ao abastecimento, contas da assistência pública, estudos de biologia, cardápios de hospitais e listas de compra, menus de restaurantes, arte culinária, utensílios de serviços de mesa, sondagens de opinião pública, depoimentos orais, filmes mudos, sonoros e coloridos, filmes de propaganda política, festas de loucos, fantasias, comemorações nacionais, bailes, cores, programas de festas públicas e particulares, homenagens, músicas, celebrações religiosas, discursos, trajes especiais e uma infinidade de outros mais.(JANOTTI, Maria de Lourdes, 2009).

Ao longo da sua trajetória na sociedade, as HQ’s muitas vezes tiveram papel importante no instrumental intelectual popular, seja como forma de levantar o moral da mesma, como forma de retratar o mundo ideal a que a mesma desejava ou para escapar da realidade cruel que os assolava, sempre com gêneros e subgêneros que alimentavam o imaginário popular a partir dos seus anseios na época, como no caso do CRACK da bolsa de valores, em 1929 nos USA, em que as HQ’s cresceram, principalmente nos gêneros de ficção científica, policial e as aventuras na selva. Já a partir das décadas seguintes, a partir dos anseios da sociedade, novos gêneros e subgêneros foram surgindo e sendo lançados continuamente em um processo que perdura até atualmente.

A influência das HQ’s e dos outros massmedia se desenvolveu bastante, em parte por conta de um fenômeno social que tomou forma com o advento da revolução industrial e da sua conseqüente massificação e padronização da produção humana, principalmente no ocidente. Esse fenômeno, que é chamado de indústria cultural está intimamente ligado à história da comunicação e também do entretenimento desde o final do século XIX. Tomando como exemplo o desenvolvimento acelerado da indústria de bens de consumo após a revolução industrial, outros setores da sociedade baseada no sistema capitalista passaram a se aproveitar do modelo bem sucedido de padronização proposto pelas novas linhas de produção fordistas e, discretamente passaram a adotar o mesmo em suas respectivas áreas de produção. A sutileza com a qual estes modelos foram incorporados se baseia principalmente no fato de que tal “manobra” é entendida por quase a totalidade da sociedade como um acontecimento “natural”, o que não acontece, embora tenha uma parcela de participação na produção da indústria cultural, a sociedade com o passar dos tempos passou de principal produtora a mera espectadora, conforme ADORNO (2009) explica no trecho a seguir:

“(...) se trata de algo como uma cultura surgindo espontaneamente das próprias massas, em suma, da forma contemporânea da arte popular. Ora, dessa arte a indústria cultural se distingue radicalmente. Ao juntar elementos de há muito recorrentes ela atribui-lhes uma nova qualidade. Em todos os seus ramos fazem-se, mais ou menos, segundo um plano, produtos adaptados ao consumo das massas e que em grande medida determinam esse consumo. Os diversos ramos assemelham-se por sua estrutura, ou pelo menos ajustam-se uns aos outros. Eles somam-se quase sem lacuna para constituir um sistema. Isso, graças tanto aos meios atuais da técnica, quanto a concentração econômica e administrativa. A indústria cultural é a integração deliberada, a partir do alto, de seus consumidores. Ela força a união dos domínios, separados há milênios, da arte superior e da arte inferior. Com prejuízo de ambos. A arte superior se vê frustrada de sua seriedade pela especulação sobre o efeito; A inferior perde, através de sua domesticação civilizadora, o elemento de natureza resistente e rude, que lhe era inerente enquanto controle social não era total. Na medida em que nesse processo a indústria cultural inegavelmente especula sobre o estado de consciência e inconsciência de milhões de pessoas às quais ela se dirige, as massas não são, então, o fator primeiro, mas um elemento secundário, um elemento de cálculo; Acessório da maquinaria. O consumidor não é rei, como a indústria cultural gostaria de se fazer crer, ele não é o sujeito dessa indústria, mas seu objeto.

A partir da década de 1930 os quadrinhos também passaram a atrair também a atenção política, pois com o lançamento de Superman em 1938, o primeiro Super-herói com identidade secreta e super poderes, às vésperas da segunda guerra mundial, fervilharam contraposições sobre o mesmo, segundo JARCEM (2007):

“(...) Quando superman surgiu em cena foi logo colhido pela confusão vigente. As pessoas de esquerda no mundo inteiro, desde o princípio, acusaram-no de ser símbolo do imperialismo norte-americano e, de quebra, da arrogância fascista. Já os políticos linha dura do Partido Republicano viram nele a personificação do tal superman nazista. Nas palavras dos assessores de Hitler, o Superman não passava de um judeu.”

Esta confusão retrata bem a penetração das HQ’s no universo imaginário popular, pois a sociedade norte-americana chegar ao ponto de condenar uma criação fictícia como modelo de influência e apoio a uma ação política levada a cabo por outro país com um oceano inteiro de distância em tempos de guerra só pode significar a penetração profunda que este tipo de história conseguiu no seio da sociedade, assim como outras formas de entretenimento da época, tais como o cinema, o rádio e, ainda timidamente, a televisão. As autoridades já nessa época sabiam do potencial de influência das HQ’s e a utilizaram de forma abrangente para elevar o moral de seus soldados e do povo, principalmente após a entrada dos USA na segunda guerra mundial.

Já na década seguinte, os quadrinhos sofreram um duro golpe, pois o lançamento de “A sedução do inocente”, do psiquiatra alemão Frederic Wetham, que argumentava sobre o “verdadeiro intento subversivo” dos quadrinhos, acusando-os de subversão juvenil, incitação à violência, corrupção e delinqüência juvenis, além do “sadomasoquismo” e “homossexualismo[3]” que, segundo o autor, permeavam vários dos personagens mais famosos da época. O estrago estava feito e HQ’s passaram a ser queimadas em praça pública e vários protestos realizados contra essa forma de comunicação de massas. Dessa forma a indústria de HQ’s temendo uma possível intervenção do governo, criou um “selo de ética”, em que regulamentaria as “ações” das HQ’s, como não mais aparecer à palavra crime nas capas, o bem sempre vencer o mal no final, não conter nenhuma referência negativa as autoridades, dentre outros absurdos. A tentativa deu certo e nenhuma intervenção ocorreu. Paralelamente a isso, na Europa, as HQ’s gozavam de liberdade e produziam histórias sobre todos os aspectos. Já no próprio USA, surgiu uma indústria underground, que continuou publicando histórias que iam de encontro ao tal “código de ética” dos quarinhos até então. Nesse turbilhão, com o lançamento em uma tira de jornal “Peanuts” (na versão traduzida para o português, ficou conhecido como A turma do Charlie Brown), de Charles M. Schulz. Uma HQ sobre um grupo de crianças em que o principal personagem, Charlie Brown é um menino inseguro, perdedor nato que simboliza a inocência, a falta de atitude e a ingenuidade, em contraste com essas características temos Snoopy, o cão de Charlie Brown, um beagle filosófico que fica a maioria do tempo em cima de sua casa vermelha. Pode-se dizer que, a partir de Peanuts chegou à era dos quadrinhos intelectuais, quando houve uma atenção maior aos textos do que as imagens.

Na década de 1950, os quadrinhos passaram a retratar (e influenciar) as pessoas sobre o “medo” tão recorrente no pós-guerra, a ameaça nuclear, a guerra fria e os “comunistas comedores de criancinhas” tomaram conta tanto da sociedade como das HQ’s, com histórias do Capitão América voltadas para combater os comunistas e outros elementos mais sutis, como Namor combatendo foices e martelos aquáticos. Tudo isso para atacar qualquer tentativa soviética contra o “American Way of Life”, principalmente após o término da guerra e a polarização das forças mundiais nas duas grandes potências.

Já a partir da década de 1960 tem-se início a “Era de prata” dos quadrinhos, com a popularização dos super-heróis com super poderes e identidades secretas, além do retorno de muitos dos personagens da “Era de ouro”, como mulher-maravilha, Superman, Batman entre outros. É nessa época que surge o Quarteto fantástico, criação de Kack Kirby e Stan Lee. O quarteto é uma obra que rompe com todos os paradigmas das HQ’s de super-heróis até então, pois os membros não possuem identidade secreta, são uma família e o principal mentor, Reed Richards prefere muitas vezes usar o intelecto aos super poderes (a exemplo do Batman, mas nesse caso o “homem morcego” não possui super poderes, apenas um infinito arsenal de equipamentos e armamentos). O quarteto fantástico foi uma das armas dos USA durante a guerra fria, principalmente durante a corrida espacial. O Quarteto Fantástico foi à resposta dos quadrinhos ao apelo do dirigente da nação. Eles personificavam a nova era espacial, na qual seus heróis estavam dispostos a arriscar tudo, até mesmo à própria vida, para estar a um passo adiante da ameaça vermelha. Já na primeira edição de Fantastic Four, Sue Storm não poupa esforços para persuadir o relutante Ben Grimm a pilotar o foguete desenvolvido por seu amigo Reed Richards. “Ben, nós temos que tentar! A não ser que você queira que os comunistas cheguem à frente”. (JARCEM, 2009)

Paralelamente a isso e, aproveitando-se do sucesso do quarteto, surge uma infinidade de novos heróis, alguns em “atividade” até hoje, sendo os casos mais notórios: O homem-aranha, Hulk, Thor, Homem de ferro, X-men, ETC. Alguns mostrando os “perigos” da radiatividade, como no caso do Hulk e do Homem-aranha, outros mostrando o efeito das inovações tecnológicas, como o Homem de ferro e outros sobre alterações biológicas, como no caso dos X-men, ainda se tem a busca da interferência divina sobre a sociedade, como no caso de Thor.

Na década de 1970 surge uma verdadeira indústria dos quadrinhos underground com o lançamento de vários títulos vendidos em “head-shops” e de mão em mão. A mais representativa obra dessa década se chama Metal Hurlant e é criação de vários autores franceses sob o pseudônimo de Les humanöides associèes. Tal revista chegou a América com o título de Heavy Metal e misturava uma verdadeira gama de estilos e gêneros como uma diagramação nova, literatura, corpos nus, ficção científica, viagens psicodélicas e Rock n Roll.

A década de 1980 por sua vez, ficou marcada pela criação das Graphic novels (ou romance adulto) direcionado ao público adulto, tendo como maior destaque a obra Batman, o cavaleiro das trevas, de Frank Miller. Obra que explorava os conflitos existenciais do Homem morcego e o colocava em um novo patamar de desenvolvimento, além de super heróis, outros tipos de histórias foram publicadas como graphic novels, dentre as de maior destaque estão Whatchmen de David Gibbons e Alan Moore e Sandman, de Neil Gaiman, que revolucionou a forma de se fazer quadrinhos com volumes que são verdadeiras obras de arte, ilustradas por renomados artistas contemporâneos, textos densos e recheados de literatura e várias referências ao mundo atual. Essa nova forma de quadrinhos continua sendo a mais popular hoje em dia, com milhões de cópias vendidas atualmente.

As décadas de 1990 e 2000 marcaram respectivamente, uma separação dos grandes desenhistas das grandes editoras de quadrinhos, alguns deles criando a “Image comics”. A partir dessa década se pode notar a influência da computação nas criações, com a colorização feita no computador, além da influência do estilo japonês de quadrinhos, o Manga. Após os ataques de 11 de Setembro de 2001 tanto os roteiristas quanto os desenhistas de HQ’s resolveram praticar uma volta às origens, principalmente á era de prata, de meados da década de 1980, tanto no estilo de desenho como nos roteiros.

Fato consumado é o de que as histórias em quadrinhos exercem grande fascínio sobre o imaginário popular, pois é fruto das necessidades e da criatividade da mesma. Independentemente de visões políticas, influências ideológicas ou movimentos econômicos, elas refletem também o momento histórico-político-social em que a sociedade está inserida, seja na forma de uma ficção, seja na forma de um documentário sobre determinada realidade, uma biografia, dentre tantas outras formas, o fato é que as HQ’s se transformaram além de brincadeira de crianças, em um documento importante do relato social e cultural de sua época.

Como exemplo, posso citar as várias aparições do recém-eleito 47° presidente dos USA, o Sr. Barack Obama, que ilustrou uma edição exclusiva ao lado do Homem-aranha e apareceu até em mangá erótico japonês, fato este que revela a grande popularidade do primeiro presidente afro-descendente eleito por vias democráticas na maior potência mundial e, de certa forma, representante direto da esperança de uma relação mais próxima e democrática desse país com o restante do mundo.

Uma obra que condensa bem todos esses aspectos, aliados a contestação do mundo e da crítica ácida aos modelos, tanto sociais, como políticos e econômicos é a Mafalda, do quadrinista argentino Joaquín Salvador Lavado, mais conhecido como Quino.

A obra Mafalda, surgiu em um período bastante tenso da história contemporânea, a década de 1960, com as suas revoluções, sua busca por liberdade, tanto sexual, como de expressão, a luta contra o “perigoso comunismo”, a luta contra as ditaduras, pois conforme JUVA (2006):

Tempos de exceção propiciam o aparecimento de arranjos sociais e criações artísticas ímpares. A década de 1960 parece ter sido a época que mais materializou essa máxima. A contracultura na América do Norte deu um salto por sobre os muros do conformismo e da tradição. Em pouco tempo vimos surgir o sexo livre, o movimento hippie, a literatura beat, o consumo de drogas para a expansão da consciência, as lutas pelos direitos civis, etc. As margens começaram a dar uma expressão artística e social para os anseios de liberdade e criatividade. Personas marcantes surgiram nessa época, como Jimi Hendrix, Allen Ginsberg, Malcom X, Martin Luther King. Na América do Sul, grassava o espírito das ditaduras e o desejo “facistoíde” de engendrar povos “fortes” e livres da “ameaça” comunista. Mas a alma libertária também tinha seus espaços. O suficiente para que em 29 de setembro de 1964, surgisse na argentina uma menininha que encantaria o mundo e permaneceria até hoje como símbolo de contestação e liberdade. Seu nome? Mafalda, uma garota de seis anos, que surge para colocar o mundo de ponta-cabeça. Ela aparece para desconstruir as visões conservadoras sobre a política, moral, econômica, cultural.

Mafalda é uma menina de seis anos em sua constante guerra contra o mundo convencional. Adotando uma postura radical contra as guerras, as armas nucleares, a injustiça em geral, o racismo e com a sopa, ela vai de encontro às convenções dos adultos e busca outros interesses, como a paz mundial, a democracia e os direitos humanos carregada com uma singelidade e sinceridade que obviamente só podem ser encontrados em uma criança.

O contexto social em que a obra surge dá a margem de que a mesma foi criada inicialmente com o propósito de contestar o mundo e dar “cutucadas” sutis no poder, porém uma curiosidade que é pouco conhecida sobre esta obra é que ela, inicialmente deveria fazer parte de uma propaganda de eletrodomésticos, conforme o Miguel Brascó (2001) no livro Mafalda inédita revela:

“(...) Quino havia comentado comigo que andava com vontade de desenhar uma tira com crianças (...). Certo dia telefonaram da Agens publicidad e me pediram um desenhista capaz de criar uma tira em quadrinhos para ser publicada dissimuladamente em algum veículo, fazendo a promoção dos eletrodomésticos Mansfield, produzidos por Siam Di Tella. A pessoa que falou comigo chamava-se Briski (...) Brascó disse a Quino: “Quinoco, pra mim você é o indicado” e sugeriu-lhe que imaginasse uma história em quadrinhos combinando Peanuts com Blondie (...) O autor esboçou uma família-tipo, na qual podemos reconhecer Mafalda e seus pais, respeitando uma regra de ouro da agência: o nome de todos os personagens deveriam começar com “M”. Quino lembrava-se de que no romance de David Viñas, “Dar la cara”, havia uma menina chamada Mafalda; Achava um nome alegre e adotou-o para sua protagonista. (...) A agens resolveu entregar a tira ao jornal “Clarín” em troca de não cobrarem o espaço. Mas o jornal percebeu a propaganda encoberta e o acordo foi rompido. A campanha não se realizou e os produtos Mansfield – por motivos alheios a este- nunca chegaram a entrar no mercado.

Chega a ser cômica esta história e mostra, de certa forma a pretensão da indústria de se apoderar da cultura para “vender” um produto, tornando a produção cultural como um meio de se obter lucro e não um objeto de fruição e apreciação. Devemos muito a observação criteriosa do jornal “Clarín” que impediu que um dos ícones da contracultura ocidental contemporânea se tornasse mais um produto da indústria cultural, pois de outra forma, nossa querida Mafalda se tornaria não uma contestadora ferrenha dos modelos “errados” do mundo e sim apenas mais uma garota-propaganda.

Conforme explicitado anteriormente, a utilização dos quadrinhos como documentos de registro histórico e fonte de informações sobre determinada época é perfeitamente possível e aceitável do ponto de vista acadêmico, de acordo com os preceitos de novas fontes históricas proposto pelos historiadores da escola dos Annales. Como exemplo, citarei uma tira de Mafalda, contida no livro Mafalda Inédita, de QUINO (2001):

“(...) no dia 17 de outubro a China fez explodir sua primeira bomba atômica, tornando-se a quinta potência nuclear no mundo. U-Thant (presidente da ONU na época) qualificou a experiência como “lamentável”, ao passo que a agência Nova China apressou-se a acalmar os ânimos, dizendo que o artefato tinha apenas de acabar com o monopólio nuclear.

Figura 1 - Página 015 do livro Mafalda inédita, QUINO, Ed. Martins fontes, São Paulo. 2001

As figuras acima nos dão muito bem um interessante ponto de vista do contexto histórico-político-social da época, conforme explicitado no trecho acima, com a deflagração da primeira bomba nuclear pela China comunista e o crescente “medo” do holocausto nuclear que atingia todo o ocidente, classificados por Mafalda como histeria coletiva. Há outros exemplos igualmente relevantes em toda a obra de Quino, que sempre dava um jeito de cutucar a sociedade e o poder com sua sutileza ácida através de seu alter-ego, a menina Mafalda.

Mafalda também rompeu com muitos preconceitos vigentes na época, a começar por ela própria, uma menina, ser protagonista de uma história em quadrinhos, passando pela forma de Quino escrever suas tiras, sempre atuais e com as inquietações gerais, tanto nacionais como internacionais, conforme o livro Mafalda inédita revela:

“como toda pessoa que trabalha num meio de comunicação deve adaptar-se a sua modalidade jornalística e, sendo “Primeira Plana” um semanário de atualidades nacionais e internacionais, Quino tentou refletir as inquietações da época. As referências feitas nas tiras à China, a África, á America latina e a condição feminina têm a ver com o fato de então se acreditar firmemente que o terceiro mundo e a mulher conseguiriam reverter a sua situação de subjugados”.

Figura 2 - Página 016 do livro Mafalda inédita, QUINO, Ed. Martins fontes, São Paulo. 2001

A forma de Quino manifestar a crença [da época] de que a situação da mulher seria superada está na forma ácida com a qual critica o fato de sua mãe ter largado a faculdade [e o conseqüente desenvolvimento intelectual] para se dedicar a família, mostrando outra contradição da época, pois nessa época as lutas pela emancipação da mulher estavam a pleno vapor e, conseqüentemente um “abandono” da família foi surgindo, cabendo a mulher a difícil decisão de se manter dedicada e fiel a família ou se emancipar e atingir áreas que, até então eram exclusivas dos homens, como o mercado de trabalho e as posições de liderança, tanto na área financeira e produtiva como política, além de uma maior responsabilidade do homem nas questões familiares e no cuidado com a família.

Figura 3- Página 067 do livro Mafalda inédita, QUINO, Ed. Martins fontes, São Paulo. 2001

Falando sobre seu tempo, em esfera nacional ou internacional, criticando ferrenhamente os modelos de consumo e sociedade de sua época ou gritando por igualdade e pelo fim das injustiças, Mafalda se tornou um ícone da cultura de resistência do século XX, além de um importante registro histórico das contradições, anseios, problemas e [falta] de ações concretas de todo um modelo de sociedade e o continua sendo até hoje. Mais de 30 anos após o fim da publicação da tira, os assuntos abordados [e criticados] por Mafalda continuam em voga na sociedade e atualíssimos, o que nos leva a pensar se não seria à hora de uma volta da “Anti-menina dos olhos” para nos dar uns cutucões.



REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ADORNO, Theodor W: A indústria cultural. Disponível em: < http://www.scribd.com/doc/7429346/Theodor-Adorno-A-Industria-Cultural > Acesso em 13/05/2009.

Espaço e tempo na arquitetura e HQ, Capítulo 02. Disponível em:
< http://www.scribd.com/doc/7106571/Cap-02 > Acesso em 11/05/2009.

JANOTTI, Maria de Lourdes. Fontes históricas. (org. PINSKY, Carla Bassanezi; BACELLAR, Carlos; GRESPAN, Jorge) Editora contexto, 2° Ed. Disponível em: < http://books.google.com/books?hl=pt-BR&lr=&id=NBZAQqhwy7UC&oi=fnd&pg=PA5&dq=%22Pinsky%22+%22Fontes+hist%C3%B3ricas%22+&ots=5QAUtfj8MK&sig=xkOWnjDNxxeBKZb_FlqgJFlKYSk#PPA11,M1> Acesso em 11/05/2009.

JARCEM, René Gomes Rodrigues: História das histórias em quadrinhos. Disponível em:
< http://www.historiaimagem.com.br/edicao5setembro2007/06-historia-hq-jarcem.pdf > Acesso em 11/05/2009.

JARCEM, René Gomes Rodrigues Apud DUTRA, Joatan Preis: História das histórias em quadrinhos. Disponível em:
< http://www.historiaimagem.com.br/edicao5setembro2007/06-historia-hq-jarcem.pdf > Acesso em 11/05/2009.

JUVA in OVERMUNDO: Malfalda: A anti-menina dos olhos. 2006. Disponível em < http://www.overmundo.com.br/overblog/mafalda-a-anti-menina-dos-olhos > acesso em 14/05/2009

QUINO Apud Miguel Brascó: Mafalda: Inédita. Ed. Martins fontes, São Paulo 2001, páginas 08 e 09.

QUINO: Mafalda: Inédita. Ed. Martins fontes, São Paulo 2001, páginas 13, 15, 16 e 67.

UVA Comunica, Apud A. Moles, (La Communication et les mass media, Gérard - Marabout, 1971). Mass Media. Disponível em: < http://uvacomunica.wordpress.com/2008/04/11/mass-media/ > Acesso em 11/05/2009.

WOLF, Mauro: TEORIAS DA COMUNICAÇÃO. Mass media: conceitos e paradigmas. Novas tendências. Efeitos a longo prazo. O newsmaking. Editorial Presença, 5° Ed. 1999. Disponível em:
< http://www.scribd.com/doc/6883835/TEORIAS-DA-COMUNICACAO > Acesso em 11/05/2009.



[1] Os “mass media” são ao mesmo tempo canais de difusão e meios de expressão que se dirigem não a um indivíduo personalizado, mas a um “público-alvo” definido por características socioeconômicas e culturais, em que todos os receptores são anônimos. (A. Moles, La Communication et les mass media, Gérard - Marabout, 1971).
[2] HQ é uma abreviação de História em quadrinhos.
[3] A grafia homossexualismo, que compreende que a homossexualidade é uma doença, foi utilizada até meados da década de 1970, quando foi retirada dos guias de doenças mentais, por não ser mais considerada uma doença e sim um estado de consciência humana. Neste caso, optei pela grafia utilizada na época para dar mais sentido ao texto.